24 novembro 2010

Habitual


Estou dentro de uma habitual quarta-feira
Faltou luz na rua
Vou à varanda, deito na rede
Observo coisas habituais
Um telhado, no qual penduro coisas
Entre filtro dos sonhos e mensageiro dos ventos
Coisas e mais coisas
Desvio o olhar para o céu, no qual penduro coisas
Entre luas, estrelas, sol e nuvens
Coisas e mais coisas
Desvio o olhar para a roupa pendurada no varal
Como diria o Neruda, “chorando lágrimas sórdidas”.
Desvio o olhar para essa Eu.
Aqui, observando o habitual
Observando que o habitual deixou, a muito, de ser habitual
E quando volta a luz
TV a cabo, computador, ar-condicionado...
Observo que o habitual deixou, a muito, de ser habitual.

Lynn Glommy
24/11/2010

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