Crônicas


     SOJA ou soja?

É vivendo e aprendendo. Um fato que me aconteceu recentemente, me fez questionar varias coisas. Acabei aprendendo um pouco mais com essa vida. Gostei.
O fato foi o seguinte:
Faz alguns dias que eu e um amigo estávamos conversando via Messenger. Entre conversas e mais conversas, saíram os típicos: “Oi”, “Como estão as coisas”, “tens novidades” e por aí vai.
No meio da conversa, o cidadão me sai com a pergunta: “Vc gosta de SOJA?”.  De supetão estranhei o fato de ele ter escrito a palavra soja com letras maiúsculas, mas nem me importei. No ato, respondi: “Claro, eu adoro soja. Além de delicioso é muito saudável”. Ele retribuiu com um bando de caracteres que simulariam um riso alvoroçado. Ao se compor, ele perguntou novamente: “Ah, então você vai para o show aqui no Recife?”. Estranhando a pergunta, respondi: “Não! Eu gosto de soja sabe, mas não entendo nada de gastronomia. Eu me sentiria um peixe fora d’água num show como esse”. Confuso ele indagou: “Peraí, do que é que você tá falando?”, ao que respondi: “soja, ué. Aquele alimento super nutritivo que salva alguns vegetarianos do desejo de comer carne de novo”. Houve uma pausa. E agora mais. Muito mais caracteres simulando um riso muito mais alvoroçado. Ele se recompôs e falou: “Você entendeu tudo errado, eu tô falando do SOJA e não da soja. SOJA é uma banda de reggae, sabe, Soldiers Of Jah Army. Não acredito que você não a conheça. Você tá antiquada, hein”.
Parei e pensei um pouco.
Cheguei à conclusão de que não sou tão antiquada assim. Acho que qualquer pessoa que não gosta de reggae se confundiria da mesma maneira.
                E assim o mundo caminha com as suas mais novas diversidades: Uns cantam SOJA outros catam soja. E no final, é a gente que se delicia. Uns com a música, outros com o prato.

Lynn Glommy
23/11/2010





            Afinal, em quem devemos confiar?

   Ontem aconteceu algo comigo que me deixou um misto de tristeza, indignação e revolta.
Por volta das 16h eu estava levando minha filha Clarice para o posto de saúde do bairro para que ela tomasse as vacinas. Saí com ela no carrinho, pois ela está muito pesadinha e eu não aguento ficar andando muito com ela no colo não. Mas enfim, sempre que saiu com ela no carrinho, fico muito atenta ao trânsito, porque morro de medo de atravessar ruas com a minha filha junto.
Ao chegar à esquina do posto de saúde, tenho que atravessar uma avenida muito movimentada e isso me deixa sempre apreensiva, por isso fico o tempo que for preciso esperando o sinal de pedestre ficar verde para atravessar com segurança.
Esperei cerca de uns 7 minutos para o sinal abrir para que eu pudesse atravessar. Com muito cuidado comecei a atravessar a rua, percebi que vinha um carro da polícia rodoviária em velocidade acima do permitido para a avenida, que é de 40km/h. Mas pela segurança do semáforo estar vermelho e de se tratar de um carro da polícia rodoviária, continuar a atravessar. Mas o que eu não esperava aconteceu: O carro da polícia viu o sinal vermelho, viu que eu estava atravessando com um bebê no carrinho, e não brecaram. Pelo contrário, eles aumentaram a velocidade e por muito pouco não atropelaram a mim e a minha filha. Fiquei horrorizada. No ímpeto da emoção acabei até soltando palavras impróprias para os policiais. E não fui só eu, mas também as pessoas que estavam na calçada presenciando a cena.
Foi uma revolta geral entre todos que viram o que me aconteceu.

Passado o susto, fiquei pensando muito. É esse o mundo que eu estou deixando pra minha filhinha que, inocentemente, dormia durante o acontecimento? Por que as pessoas insistem em desrespeitar as leis? E não falo apenas nas de trânsito, mas também nas leis de ética. Afinal, aqueles "policiais" cometeram quatro erros. O primeiro foi estar muito acima da velocidade permitida. O segundo foi avançar o sinal vermelho (que por sinal, as duas infrações resultam em multa gravíssima, mas quem os multaria?). O terceiro foi o fato de serem policiais e terem a obrigação de agir corretamente para nos deixar, ao menos, um bom exemplo. E o quarto, e mais grave na minha opinião, foi um erro à ética. Uma falta de humanismo, pois, mesmo vendo que se tratava de uma mulher com uma bebê, os "policiais" aumentaram a velocidade e furaram o sinal arriscando duas vidas.
Fiquei muito triste por não ter conseguido ver a placa da viatura. E mais triste ainda pela CERTEZA da impunidade. São esses os homens e mulheres que estão na rua para nos proteger?
    E  o pior de tudo é saber que a (in)justiça brasileira permaneça inerte em sua zona de conforto em relação à esses casos. Afinal de contas, é mais fácil fechar os olhos para não ver o que realmente acontece, do que tomar uma atitude à favor da grande massa.

Depois disso tudo consegui adicionar mais um jargão à minha filosofia de vida: "Confie desconfiando das autoridades públicas".


Lynn Glommy
24/11/2010





       Utopia brasileira


        Dia desses eu voltava para casa de ônibus, quando, na Avenida Agamenon Magalhães, o engarrafamento do horário estava ainda mais intenso.

      Nós, passageiros, ainda não sabíamos o motivo. “Talvez algum acidente”, diziam as pessoas enquanto se debruçavam nas janelas tentando saciar suas curiosidades.
       Foi aí que começamos a ouvir discursos, mas ainda não dava para identificar o que era. Pouco a pouco, os ruídos ficaram ainda mais intensos e o motivo do engarrafamento foi desvendado: Era um protesto feito pela população contra o (injusto) aumento no valor das passagens.
     Logo que os passageiros souberam o motivo de todo aquele “caos” no trânsito, começaram os comentários ofensivos aos manifestantes. Não sei por que eu fiquei tão surpresa com a conjuntura, pois no Brasil estamos carecas de saber que o povo não se une por uma causa comum. Mas ainda assim, aquela situação me incomodou bastante e eu me senti profundamente envergonhada por estar dentro do ônibus que mais criticou os manifestantes.
     A voz do povo, fora do ônibus, defendia uma causa pertinente às massas que dependem dos ônibus para trabalhar, passear, enfim. Era até irônico ouvir as injurias de passageiros contra a “arruaça” feita por outros passageiros que lutavam contra mais uma injustiça, pois a passagem subiu, mas a qualidade do transporte público não.
     Em contrapartida, vemos a situação atual do Egito em que os cidadãos não medem esforços para protestar contra uma causa que está incomodando a população: A presidência de Hosni Mubarak.
     Que pena que o brasileiro não segue esse exemplo. Sabemos que se não fosse pela voz ativa do povo que tem consciência dos seus direitos e deveres e protesta quando algo não está certo, a situação do país estaria ainda mais crítica para nós.
  Sabemos que a corda arrebenta sempre no lado mais fraco, mas se unirmos nossas “cordinhas fracas” umas nas outras, teremos capacidade de encarar essa luta de igual para igual.
   Esse é mais uma de minhas utopias.

Lynn Glommy
17/02/2011






Evolução, Regressão Ou Ambos?                                            


Uma crônica com uma visão extremamente pessoal.
É engraçada a forma como um livro, ou até mesmo uma simples frase nos faz viajar. Ontem eu estava lendo um livro que fala sobre a transição do sistema feudal para o sistema capitalista e que, logo no início, lança uma questão: O que mudou, o indivíduo ou a sociedade? 
Para tentar responder a essa questão tive que voltar até a pré-história e saltar instantaneamente até a pós-modernidade. E aqui me refiro a pós mesmo. Me refiro à algo que ainda não vivenciamos: o futuro.
Minha intenção não é misturar história com outras linhas de raciocino supranaturais, mas isso acaba se tornando inevitável.
Sempre estudamos a pré-história situando o homem e suas evoluções e descobertas, como a escrita e a descoberta do fogo que foram importantíssimas para essa evolução. Pulando essa parte e chegando ao Egito Antigo, vemos que a evolução foi ainda mais intensa com a arquitetura, a medicina e por aí vai. Mas me pergunto, como o homem, que era ainda tão primitivo, conseguiu ter essas idéias tão inovadoras? Será que essas idéias não teriam partido de algo ou alguém superior? A essa altura, qualquer um vai dizer: “Ela deve ter lido ‘Eram os deuses astronautas’ para pensar isso”. E quer saber? Li mesmo. Acho válido, pois imagino que tudo o que estamos vivenciando nesse planeta, essa evolução gradativa… Tudo isso já aconteceu e acontecerá novamente.
A vida é um ciclo sem fim. Por exemplo, a idéia da procriação. Nós nascemos ignorantes, e na medida em que vamos crescendo, vamos adquirindo conhecimento, vamos evoluindo intelectualmente e moralmente (alguns) até que nos reproduzimos, morremos e a história toda se repete com os nossos filhos. É um ciclo sem fim. A vida é um ciclo sem fim. A existência da raça humana é um ciclo sem fim.
Atualmente estamos vivenciando um período de crises no mundo inteiro. Crise econômica, degradação política, ausência de amor ao próximo, enfim, após duas guerras mundiais, podemos esperar uma terceira a qualquer momento. Será o fim de um ciclo? É certo que não, apenas uma pausa… Uma pedra no caminho.
Vamos imaginar que viemos a esse mundo com única finalidade de evoluir. Bem, descobrimos o fogo, a roda, a escrita, a medicina, a arquitetura, a tecnologia, enfim… Tornamos a vida mais fácil e confortável, equiparamos nossa falta de atributos físicos aos animais construindo carros para correr tão rápido como um tigre, construindo aviões para voarmos como os pássaros, construindo armas para nos “defendermos” como um leão. Então evoluímos, certo? Errado!
Fizemos tudo isso, mas continuamos autodestrutivos, egoístas, gananciosos, vaidosos e preconceituosos. O mundo está quase chegando, novamente, ao seu ponto de mutação. Subimos, subimos, subimos e agora não há mais nada além do próprio nada.
Perdemos nossos recursos naturais, perdemos pessoas, perdemos mais uma chance. Nosso planeta não agüentará por mais tempo. Mesmo se alguma coisa extraordinária acontecesse agora e todos mudassem de postura e passassem a preservar ao invés de degradar, ainda assim nosso planeta não agüentaria.
Nosso copo está cheio. Mais uma gota e ele transbordará. Precisamos esvaziar o nosso copo para preenchê-lo com algo novo, algo saudável. É o princípio do deus Shiva. Vamos destruir o que há de errado para construir algo melhor em seu lugar. O único problema é que nesse mundo não dá mais tempo.
Nossa sorte é que o universo é infinito, assim como os planetas que nele existem. (Esqueçam a mentira de que só existem nove planetas). Tudo isso já aconteceu e acontecerá novamente. Nós não podemos mudar o que já aconteceu, mas o futuro sim.  Podemos plantar algo de bom hoje, para colhermos amanhã. Podemos aproveitar a nova chance que teremos de evoluir de verdade. Evoluir moralmente, evoluir espiritualmente, pois essa é a única evolução interessante para nós. A evolução material é fútil. Ela já existia antes de tudo isso, antes da pré-história. Estava apenas esperando que dessa vez a usássemos para algo construtivo (o que não foi o caso).
A medida mais urgente que devemos adotar é a consciência de que não podemos perder mais tempo, não podemos desperdiçar nossas chances.  Precisamos mudar de verdade.
Então, voltando à questão inicial sobre o que mudou, o homem ou a sociedade? Teoricamente coloco toda a “culpa” no homem. A sociedade só é sociedade porque existem pessoas para compô-la. O todo não muda sem que as partes mudem. O homem mudou, o pensamento mudou, conseqüentemente, a sociedade muda, ou melhor, se adéqua à nova mentalidade proposta pelo indivíduo.
Mas respondendo a essa questão com uma visão pessoal, acho que nem o homem, nem a sociedade mudaram. Os mesmos (des)valores continuam. Tanto no sistema feudal, quanto no capitalista, a finalidade de todos é a mesma: Obter lucros. Porém, sabemos cada sistema o fazia de acordo com os seus meios, mas a finalidade é sempre pensar apenas em si, desprezando quem ou o quê estivesse ao redor. Foi assim ontem, está sendo assim hoje e poderá ser assim amanhã. A única pessoa que pode evitar a continuidade desse ciclo destrutivo e fazer o mundo realmente mudar e evoluir de verdade é você.
Está nas suas mãos. 
Lynn Glommy
12/08/2011





Domingo No Shopping


Oba!!!
Hoje é domingo.
Dia de ir para o shopping e ficar horas zanzando de um lado para outro e alimentando a insaciável fome consumista. O shopping é uma maravilha desde a entrada. Primeiro você perde tempo na fila para entrar no estacionamento, e quando, enfim, consegue entrar, você perde mais tempo procurando uma vaga. O legal é quando a vaga tão sonhada surge e algum espertinho chega mais rápido que você. E a interminável tarefa de arranjar outra, continua. A essa altura, as crianças no banco de trás já começam a se irritar com o calor, porque você desligou o ar para economizar gasolina.
Enfim, conseguimos estacionar o carro e ah! Que maravilha. Domingo no shopping. Você mal consegue andar em meio à multidão que, como você, vai curtir um dia incrível no shopping.
E a primeira parada é a praça de alimentação. As crianças nem esperam e saem correndo em direção à Mac Donalds. Chegando lá, uma bela surpresa: Fila. A fila da Mac Donalds é tão grande que a gente chega a perder a fome. Sem falar que quando a sua vez chega, as crianças passam horas escolhendo o brinquedinho que vem com o lanche.
Depois de uma refeição super hiper mega calórica e nada saudável, vamos digerir o almoço no parquinho. Lá, gastam-se mais algumas horas do seu belo dia assistindo os pivetinhos estranhos se engalfinhando com os seus filhos para entrar no brinquedo primeiro.
A diversão não pára por aí. Quando você está relaxando no banquinho, se apertando entre dois estranhos, chega o Juquinha correndo e chorando dizendo que fulaninho de tal bateu nele. Ah! É maravilhoso.
Enfim, você conseguiu se livrar do parquinho e vai todo contente até a livraria procurar um livro que a séculos, precisa comprar.  Daí você pede ajuda ao vendedor e ele, com aquela cara feliz e solícita de quem trabalha aos domingos, te reponde: Ah! Que pena… Acabamos de vender o último exemplar e esse título está esgotado. Maaaaaaassa! Para salvar o passeio, só um expresso com borda de canela.
E na cafeteria, que surpresa, você é obrigado a tomar o seu cafezinho de pé porque as mesas, banquinhos, e qualquer outro lugar onde você possa sentar estão ocupados. Que dia mais feliz.
A última parada é na loja de departamentos. Você enche o carrinho de coisas supérfluas, barbies, bonecos do ben 10 e DVD’s na promoção e depois de horas na fila do caixa, a moça legal e simpática, no seu último dia antes das férias e faltando 15 minutos para encerrar o seu expediente te diz: Excede limite de crédito. Daí você tira todos os cartões da carteira e tenta passar um por um, mas é em vão e você acaba pagando à vista a compra inútil de R$298, 87.
Que dia mais fantástico. Já é noite. Você está cansado, suado, estressado, os moleques chorando e você percebe que não sobrou dinheiro para o estacionamento.
Agora é aquela corrida em direção ao banco para sacar mais algum trocado. Quarenta e cinco minutos depois você volta a fila, paga o estacionamento e vai para casa curtir as lembranças maravilhosas de um domingo inesquecível no shopping.
E o restinho de dia que sobra é sensacional: Todo mundo na sua casa desempacotando as coisas e planejando o próximo domingo no mesmo shopping, com a mesma comida, as mesmas compras, a mesma M$#*@.
Lynn Glommy
15/08/2011






Coração Gelado É O Mocinho


(Uma crônica baseada numa história  quase real – Real na minha cabeça… Isso  é o que importa. Mas a ideia inicial partiu de uma conversa real).
Feche seus olhos e imagine a seguinte cena: Sexta de noite, um bar, um bando de amigos e algumas garrafas vazias de vodka. Num súbito de euforia, o constrangedor silêncio foi quebrado pela frase mais inesperada que  poderíamos ouvir naquela noite “O  coração gelado é o mocinho”. Nossos  olhares interrogativos e incrédulos fitam  o autor da célebre frase.
 Ele repete: “É  sério. Eu estava pensando  e cheguei a  conclusão de que o coração  gelado é o  mocinho. Todos os ursinhos  carinhosos  ficam em cima do coitadinho soltando  aquele arco-írisinho pelo bucho em cima dele… Isso é maldade”.
Nossa!!! De repente, as anteriores conversas “inteligentes” sobre música, cinema e teatro deram lugar a uma estranha e interminável discussão acerca do caráter do coração gelado. A maioria das meninas ficaram do lado dos ursinhos carinhosos, alegando que o coração gelado era mal, que ele quebrava o carinhômetro e tudo mais. O meninos diziam que ele era o mocinho, que eram vários ursinhos lutando  contra ele sozinho (porque o Malvado era muito bobo e as vezes se deixava levar pelos arco-írisinhos).  Enfim, a discussão perdurou. Ninguém chegou a lugar nenhum, e eu fiquei deveras pensativa com a situação.  Será que todos os vilões são mocinhos? Se você entrar em caverna do dragão tem a mesma discussão sobre o vingador e o mestre dos magos. em Star Wars tem Darth Vader que eram bom, ficou mal e no último momento ficou bonzinho de novo ajudando seu filho Luke…
São muuuuuitas interpelações… E a única lição que eu tiro disso tudo é que são os mocinhos que constroem  o vilão, pois se não há vilão… Quem faria a pose de coitadinho e receberia todo o amor do público?







Clóvis, Aonde Estão Os Óculos? 

Não vale rir!!!
Semana passada me ocorreu um fato que foi, no mínimo, cômico (pros outros). Vê, perdi meus óculos! Ahhhh!!! Não pode ser!!! Era um Pierre Cardin caríssimo e eu amaaaava a armação. Mas aí, passou o susto e tudo bem, pensei, com certeza eu o encontrarei. O primeiro passo foi virar meu apartamento de cabeça para baixo na vã tentativa de achar os óculos. O segundo passo foi virar a editora (my job) de cabeça pra baixo (e colocar o povo pra procurar também) na, novamente, vã tentativa de encontrá-lo. Depois parti pra faculdade. Saí como louca perguntando a um e a outro “Você viu um par de óculos?”… Desisti quando as piadinhas se tornaram mais frequentes do que a situação aguentaria.
E agora, José?
(…)
Já sei! SÃO LONGUINHO!!! São Longuinho, São Longuinho, se eu encontrar os meus óculos darei 3 pulinho, não! 10 pulinhos!
Entretanto… Nem o santo me ajudou. Começaram então as indagações “vai no oftamologista e faz outro”… Já pensou?! Eu teria mesmo que comprar ($$$$$) outro par de óculos? E o pior é que todo mundo dizia que quando eu comprasse outros óculos eu encontraria o antigo… Ironia da vida né… Mas nem liguei.
Tudo bem, fui marcar o exame na clínica de olhos perto da editora e acabei sendo atendida na mesma hora por causa de uma desistência. O cabra dilatou minha pupila, enfiou um monte de coisa nos meus olhinhos, disse que me grau aumentou milhões e ainda por cima me diagnosticou com ceratocone (vão no wikipédia ver o que, porque eu fiz isso).
Lá estava eu, belíssima, com uma receita nova para novos óculos e uma ótica bem na minha frente prometendo entregar os óculos em 24 horas… (Nem a Mc’Donalds é tão rápida) Juntei a vontade de resolver logo o problema com a dor de cabeça que a falta de óculos estava me proporcionando e me rendi à vulgar publicidade da ótica.
Escolhi uma armação bem vagabundinha pra não gastar tanto e, como programado, recebi meus óculos no dia seguinte. Quando provei… o que foi aquilo? QUE ÓCULOS MAIS INCÔMODO É ESSE, MEU SENHOR? Isso aqui não é pra mim, eu dizia, tá errado, o grau tá muito alto. Fui no oftamologista de novo e, de fato, a “ótica express” tinha errado o ângulo das minhas lentes.
Tudo bem, continua alto, mas agora tá tudo correto, segundo o médico. No dia seguinte fui trabalhar lindamente de óculos novos quando o telefone toca. É a babá da minha filha dizendo: Alyyyyyyynne, tenho uma ótima notícia: Encontrei seus óculos! Clarice escondeu no fundo da gaveta da cômoda (Sabemos que foi Clarice porque não é a primeira vez que encontramos objetos no mesmo lugar).
PQP… por que eu não pensei em procurar lá???????
O pior foi ouvir todos dizendo “Eu disse que você só encontraria quando comprasse outro”.
tô puta da vida até agora… E todo mundo rindo da situação, como se o sofrimento alheio fosse cômico.

Lynn Glommy
09/11/11